China e Rússia rejeitaram novamente nesta segunda-feira (20)
uma resolução na ONU para condenar os repetidos testes de mísseis balísticos da
Coreia do Norte, culpando os Estados Unidos pela situação tensa na região da
península coreana.
Pequim e Moscou opuseram-se fortemente aos apelos de
Washington e de outros países para que o Conselho de Segurança da ONU
respondesse aos testes da Coreia do Norte durante uma reunião realizada após os
lançamentos feitos pelo país nos últimos dias.
Pyongyang informou nesta segunda-feira que seus militares
realizaram um exercício de contra-ataque nuclear durante o fim de semana, que
contou com a presença do líder Kim Jong-un. No último dia 16, a Coreia do Norte
disparou um novo tipo de míssil balístico intercontinental (ICBM) que o regime
alegou ter o maior alcance potencial em seu arsenal.
Segundo o regime norte-coreano, estas ações são uma resposta
aos exercícios militares conjuntos que estão sendo realizados pela Coreia do
Sul e pelos EUA no sul da península e que são vistos pelo Norte como um “ensaio”
para a invasão de seu território.
No Conselho de Segurança, Washington insistiu, como vem
fazendo há meses, que a comunidade internacional deve responder com firmeza a
Pyongyang e considerou que a posição da Rússia e da China encoraja o governo
norte-coreano a continuar por este caminho.
“Não é só a Coreia do Norte que está observando, o mundo
inteiro está observando, como podemos permanecer em silêncio”, disse a
embaixadora dos EUA, Linda Thomas-Greenfield.
“Quantas vezes a Coreia do Norte terá que violar suas
obrigações [contidas] sob as resoluções do Conselho de Segurança da ONU para
que China e Rússia deixem de proteger o regime?”, insistiu.
Em resposta, tanto a China quanto a Rússia deixaram claro
que continuam se opondo a uma resolução para condenar os testes ou para
endurecer as sanções e que, ao contrário, o que querem é que as punições a
Pyongyang sejam retiradas.
Nos últimos anos, o Conselho de Segurança – com apoio chinês
e russo – impôs sanções abrangentes à Coreia do Norte por seus testes ilegais
de armas e seu programa para desenvolver uma bomba atômica.
Segundo a delegação russa, foi provado o fracasso dessa
abordagem, e outro caminho deveria agora ser escolhido, principalmente o do
diálogo, para o qual Moscou e Pequim exigem que Washington dê os primeiros
passos.
Ambos os países culparam as políticas dos EUA pelo aumento da tensão e citaram como parte do problema o acordo que permitirá à Austrália adquirir submarinos movidos a energia nuclear pela primeira vez.