Ecstasy e cogumelos alucinógenos na medicina? Especialista comenta

Ecstasy e cogumelos alucinógenos na medicina? Especialista comenta

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A agência antidrogas da Austrália anunciou no começo de fevereiro a liberação do uso de ecstasy e cogumelos alucinógenos para tratar depressão e estresse pós-traumático. Com a decisão, os psiquiatras poderão prescrever as substâncias a partir de julho.

A administração australiana de produtos terapêuticos informou ter encontrado “evidências suficientes de potenciais benefícios em certos pacientes”. No entanto, ambas as drogas estão atualmente proibidas e só podem ser usadas em ensaios clínicos controlados.

O anúncio deixou parte da comunidade médica entusiasmada, e todo o mundo curioso. Afinal, agora fica a dúvida: como será esse tratamento? O médico pós-graduado em medicina ortomolecular e psiquiatria, Vital Araújo, explicou como devem ser prescritas as terapias com ecstasy e cogumelos alucinógenos.

Segundo Vital, a liberação pode ajudar no tratamento que envolve a diminuição de processos inibitórios cerebrais, que podem ajudar as pessoas a processar imagens e lembranças difíceis.

“No entanto, é preciso muita cautela no controle dessas substâncias. Assim como qualquer outro medicamento, também precisa ter um controle da sua distribuição e do seu uso”, destaca.

Cogumelos e a depressão

A ciência já afirmou anteriormente que cogumelos alucinógenos ajudam a reduzir a depressão. Um estudo de 2022 publicado no New England Journal of Medicine aponta que uma única dose de 25 miligramas de psilocibina — substância presente nos cogumelos “psicodélicos” — reduziu os sintomas de depressão em pessoas que não tiveram sucesso em tratamentos convencionais.

A pesquisa apontou também que cerca de 100 milhões de pessoas em todo o mundo têm uma condição resistente ao tratamento da depressão. Isso representa um número expressivo de pacientes que poderiam ser auxiliados com o uso dos cogumelos psicodélicos.

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