Uma jovem de 24 anos foi diagnosticada com ergotismo, uma doença rara e antiga conhecida como “fogo de Santo Antônio” ou “Fogo Sagrado”. Ela sentiu uma forte dor ardente nas pernas e procurou ajuda médica após dois dias, tendo sido identificados sintomas como descoloração dos pés e dificuldade para caminhar. O exame revelou o estreitamento das artérias e o recebimento de heparina, anticoagulante que ajudou a melhorar a circulação sanguínea e a diminuir a dor. Infelizmente, a gangrena levou à amputação de um dos dedos do pé.
A doença é causada pelo consumo excessivo do fungo Claviceps purpurea encontrado em centeio contaminado. No passado, o ergotismo era comum na Europa e causava efeitos graves como convulsões, descamação da pele e psicose. É mencionado na história desde 857 d.C e especula-se que tenha sido responsável por surtos como a “praga da dança” entre séculos 14 e 17.
Atualmente, o ergotismo é raro, mas a ergotamina ainda é utilizada para tratar enxaquecas e dores de cabeça. Na dose prescrita, é geralmente seguro, mas pode causar complicações em combinação com outros medicamentos. Neste caso, a mulher estava tomando ergotamina para enxaquecas e também ritonavir para o HIV, o que levou ao aumento dos níveis de ergotamina em seu corpo. Após duas semanas de tratamento e interrupção da medicação, a circulação nas pernas melhorou.
Portanto, é importante destacar que a doença do “fogo de Santo Antônio” ou ergotismo é uma condição rara e não comum atualmente, mas ainda pode ocorrer em casos de consumo excessivo de fungo Claviceps purpurea em cereais contaminados. O tratamento inclui anticoagulantes, mas em casos graves pode levar à amputação de membros. Além disso, é preciso ficar atento a possíveis interações medicamentosas, como no caso da mulher que também estava tomando medicamento para enxaqueca e tratamento para HIV. Em resumo, é crucial seguir as recomendações médicas e realizar exames periódicos para prevenir complicações.