O primeiro episódio de The Last of Us já trouxe algumas mudanças na história, mas ao mesmo tempo entregou muitos easter eggs e cenas épicas. Continue a leitura para conferir tudo o que rolou no episódio piloto.
Se você ainda não viu a série, vá assistir e depois volte para a leitura, porque este texto traz spoilers diversos. Mas fique tranquilo que este conteúdo se detém apenas no primeiro episódio, tudo bem?
O foco é nos acontecimentos do primeiro episódio sem spoilers do futuro da série. Então bora para o texto!
Principais referências e easter eggs em The Last of Us
A trama do primeiro episódio é dividida entre mostrar o passado e o trauma do Joel em perder a filha, e o presente no qual ele vive em um futuro pós-apocalíptico sob o domínio da Fedra.
O começo do episódio enriquece muito mais a história da Sarah, você a vê tendo momentos com a família, com os vizinhos, andando por Austin.
Já a segunda parte do episódio mostra como está o presente pós-apocalíptico em 2023. A vida dentro das zonas de quarentena em Boston, a relação da Ellie com a Marlene, os vagalumes lutando contra os soldados da Fedra, o Joel trabalhando e, ao mesmo tempo, traficando remédios.
O episódio deixou cada detalhe muito rico, mostrou algo que não foi visto no jogo. Principalmente a Sarah, além de ganhar mais tempo de tela, teve muitos easter eggs ligados a ela e também ao Joel.
No quarto da Sarah é possível ver a colcha da cama dela com a estampa de borboletas, dá para ver também que ela tem um mural com fotos com o pai dela, tem também no mural algumas…como se fossem medalhas de primeiro e segundo lugar.
Tem também o desenho de uma bola de futebol… Sabe aquela hora do jogo em que você joga com a Sarah, bem no começo, e tem que interagir com o ambiente? Exatamente isso.
Tem vários troféus de futebol na janela do quarto dela, atrás da cortina, ela faz parte de um time. Além do futebol, o quarto da Sarah no jogo tem um poster de uma banda chamada The Bash, essa banda é uma referência à banda inglesa chamada The Clash.
Na série existem os dois easter eggs, então você consegue ver o pôster da banda The Clash na parede e também a palavra The Bash colocada no mural. Claro, a camiseta da Sarah é a mesma que ela usa no jogo. A diferença é que não tem as mesmas palavras, na verdade na série não tem palavra nenhuma é só o desenho da cantora lá que a Sara tem na camiseta.
A decoração também tem traz os adesivos de estrelas que a Sarah usa no jogo, os ursinhos de pelúcia… mas faltou um easter egg que faz uma ligação com o futuro do The Last of Us, que é a girafa de pelúcia no canto do quarto.
O que dá para ver no quarto da Sarah no primeiro episódio é uma preguiça. Mas, na falta da girafa, a série colocou um item novo, uma faca!
Na cena em que a Sarah vai pegar o dinheiro para consertar o relógio, ela pega uma faca na mão que tem cavalos desenhados na lâmina. No jogo a Sarah não pega faca nenhuma, então, provavelmente essa faca é exclusiva da série e vai ter uma importância lá na frente.
Fora isso, o quarto da Sarah da série é bem diferente do quarto da Sarah do jogo, isso porque a série se passa em outra época. O jogo começa com a pandemia em 2013… Na série, a pandemia começa em 2003.
Só aí são 10 anos de diferença, e 10 anos é muita coisa. Vai ter diferença na arquitetura, nos carros, no estilo de arma, na cultura…
A Sarah, por exemplo, não conheceu o Facebook, o YouTube, iPhone, PlayStation 3. Já a Sarah do jogo conheceu tudo isso porque ela viveu até 2013, e o próprio PlayStation 3 existe dentro do jogo, tanto é que você o encontra espalhado por aí como um easter egg.
Mas de todos os easter eggs envolvendo as cenas da Sarah, o que mais chamou a atenção é o filme Curtis and Viper 2 que a Sarah pega emprestado com a vizinha. A
Além de ser um filme que o Joel gosta bastante, e que faz ele e a Sarah terem um momento de pai e filha no aniversário dele, Curtis and Viper 2 é um easter egg do The Last of Us Parte 2.
No jogo, a Ellie fala para a Dina que vai assistir Curtis and Viper 2 com o Joel, ela ainda diz que é um filme de ação dos anos 1980.
Além desses pequenos easter eggs, o episódio traz várias cenas e falas que são praticamente as mesmas do jogo. Até a posição das câmeras são iguais em algumas cenas. A própria abertura é praticamente a mesma abertura do jogo, com os esporos espalhando e a música tema tocando, é de arrepiar!
Outro momento importante é a cena que eles estão fugindo de carro, com a câmera em primeira pessoa em vários momentos, além da tensão que é idêntica ao do jogo, rola também algumas referências a personagens. A casa pegando fogo, por exemplo, é a mesma cena do game, só que ao invés de ser a fazenda do Louis, é a casa do Jimmy.
E o Jimmy na verdade é o primeiro infectado que aparece no jogo, ele é o vizinho do Joel que invade a casa e também o primeiro a morrer.
O filme traz outra referência muito boa, que é quando eles estão com o carro fugindo e vem um carro e quase bate contra eles. No jogo o acidente acontece, eles se acidentem com outro carro e não com avião. Mas é fato que visualmente a queda do avião ficou muito melhor.
Outra cena do filme que é idêntica à cena do jogo é aquela em que a Ellie entra no apartamento do Joel, e o Joel deita no sofá para matar o tempo e fala para ela se virar.
No final do episódio também, toda a cena que eles estão fugindo é praticamente idêntica com o jogo.
Principalmente quando eles chegam no final e tem os dois prédios tombados um no outro. É realmente um presente para os fãs. Quem nunca viu vai curtir porque é incrível, mas quem jogou vai sentir uma nostalgia bizarra.
História dos personagens
A história dos personagens teve algumas modificações. O Joel, por exemplo, tem em sua caminhonete um adesivo escrito “Operation Desert Storm – Veteran” – o zoom da cena não vem à toa.
É bem provável que ele tenha servido na Guerra do Golfo nos anos 1990, já que a operação Desert Storm foi uma operação ofensiva feita pelos EUA durante a Guerra do Golfo.
E isso muda completamente a história do Joel, porque no jogo nunca foi dito que ele era um veterano de guerra. Na verdade o jogo acontece em 2013, então ele nem teria idade para ter participado da Guerra do Golfo em 1990. Já na série isso pode ser útil, pode explicar melhor as habilidades dele com armas e combate.
Outro ponto importante que mudou é que o Joel é mais ligado ao Tommy do que nos jogos. Ficou evidente que por causa da bateria para ajudar o irmão é que o Joel acabou tendo que fazer parceria com a Marlene para transportar a Ellie para Washington.
Já no jogo, o Tommy é aquele tipo de irmão distante, que o Joel já faz tempo que nem se fala. Então a ligação dele com a Ellie acontece porque o Joel e a Tess vão atrás do Robert para receber algumas armas que eles compraram, mas o Robert vendeu essas armas para os Vagalumes.
Então a Tess mata o Robert e encontra a Marlene, que diz que só vai devolver as armas se o Joel e a Tess ajudarem a transportar uma carga. Inclusive, essa seria uma cena de ação que a série não adaptou, o Joel e a Tess chegam na base dos Vagalumes e o Robert e os homens dele já estão mortos.
Outra história que começa com mais detalhes é a história da Ellie. A série já começou mostrando um pouco do background dela, sendo uma aluna das escolas da Fedra, ao mesmo tempo em que ela foge e é encontrada pelos Vagalumes para mais uma vez ser aprisionada.
A série mostra os primeiros contatos da Ellie com a Marlene, não é igual no jogo em que as duas já aparecem sendo amigas.
Você pode estar se perguntando o que é Fedra. É a Agência Federal de Resposta a Desastres. Essa Agência simplesmente assumiu o governo e o exército, e são eles que controlam o país colocando as pessoas em zonas de quarentena iguais às que foram mostradas em Boston.
O Showrunner Craig Mazin teve carta branca para colocar coisas novas na história, contanto que tivesse um bom motivo para isso. E pelo visto o Neil Druckmann, que é o criador do jogo, gostou das mudanças e disse que deveria ter usado algumas delas no jogo original.
Outra coisa que mudou e que é explicada de um jeito diferente é a pandemia do fungo. No jogo você vai descobrindo sobre o fungo Cordyceps, enquanto vai jogando e escutando um diálogo, achando anotações ou enquanto enfrenta estaladores e outras fases da infecção.
Já a série teve a brilhante ideia de explicar em poucos minutos como funciona a infecção através de uma entrevista de 1968 com o Dr. Neumann, e essa sacada foi sensacional.
O Craig Mazin e o Neil Druckmann não precisaram arrastar pela série inteira a origem da infecção, eles resolveram esse problema nos primeiros minutos.
Simples, todo mundo entendeu como funciona o fungo, agora o caminho estava livre para mostrar o que realmente importa – que são as relações entre as pessoas.
Infectados
Os infectados, é claro, precisam ser elogiados. A princípio não passam de zumbis, mas a forma como eles se movimentam ficou maneira demais. Aquela cena, por exemplo, em que o Joel foge de um infectado com a Sarah no colo, ficou incrível.
E vem também a ideia de como o fungo se espalha, não é possível saber se os fãs do jogo perceberam ou não, mas não tinha esporos no episódio.
Até a cena em que o Joel e a Tess do jogo usam uma máscara para respirar não existe nesse primeiro episódio, por isso a forma como a transmissão acontece não é idêntica aos jogos.
Final do episódio de The Last of Us explicado
As músicas no rádio são usadas para servir de código entre o Joel e uns caras chamados Bill e Frank, certo?
Portanto, as músicas dos anos 1960 servem para indicar que não tem nada de novo. As dos anos 1970 para dizer que tem mercadoria nova no estoque e as de 1980 são para dizer que algo ruim aconteceu.
No final do episódio o rádio começa a tocar Never Let Me Down Again, da banda Depeche Mode, a música tem tudo a ver com o episódio, porque fala sobre estar dando uma volta com o melhor amigo.
“I’m taking a ride with my best friend” e em como o sujeito da música espera que esse amigo não decepcione ele “I hope he never lets me down again”.
Ela pode ter um leve significado ali com o Joel saindo com a Ellie e a Tess pelo mundo exterior, mas a verdade é que a ligação dela é com Bill e Frank… Os caras que se comunicam com o Joel através do rádio, os mesmos caras que a Ellie questiona durante o episódio.
E, de acordo com as regras, os dois podem estar com problemas, já que Never Let Me Down Again é uma música dos anos 1980.
Mas calma! Se vocês não querem spoilers, não joguem o nome Bill e Frank no Google. Esperem até os próximos episódios porque vai valer muito a pena.
Ah, um pequeno detalhe, a Sarah ainda vive de alguma forma no episódio, dá para ver uma borboleta no lado esquerdo da janela do Joel quando a música começa a tocar.
No geral, The Last of Us estreou muito bem… Vai ser um divisor de água nas adaptações de games.
Assim como aconteceu com os filmes de super-heróis, que deixaram de ser bobos para ganhar o grande público, os filmes e séries sobre games têm tudo para começar uma nova era a partir de agora.
Com histórias que carregam a essência dos games, mas que, ao mesmo tempo, conseguem surpreender de forma positiva tanto o público novo quanto os fãs da franquia. Agora é aguardar os próximos episódios – que prometem.